Dom Odilo espera que Rio não repita jornada de Madri

 

"Nós preferimos que não haja [manifestações]. Esperamos que não haja. Mas não acho que vai atrapalhar ou criar problemas para a Jornada Mundial da Juventude", afirmou dom Odilo, no fim da noite de quarta-feira, depois de participar de um debate sobre a relação entre o Vaticano e os judeus, na capital paulista.

O papa estará no Brasil entre os dias 22 e 28 de julho.

Durante o debate, o cardeal arcebispo afirmou que se surpreendeu ao ver os jovens nas ruas, protestando, mas disse que já seria o momento de superar essa fase de manifestações. "Me surpreendi positivamente quando vi tanto jovem na rua. Isso veio desfazer uma certa ideia de que o jovem se contenta em navegar na rede, se divertir, que é alienado. Se foi assim, não é mais. Os protestos mostraram rejeição de levar a política com condescendência, com formas corrompidas", disse. "Agora precisa haver uma fase de canalização dessa energia para algo positivo", afirmou.

Ao ser questionado sobre quais bandeiras defenderia se fosse protestar nas ruas, dom Odilo disse que encamparia a luta contra a corrupção e a defesa de melhores condições de saúde, educação e infraestrutura.

Ontem, a presidente Dilma Rousseff gravou mensagem dirigida aos católicos para a TV Rede Vida por ocasião da Jornada Mundial da Juventude. Ainda não há uma definição de quando será veiculada a mensagem, segundo informou a emissora.

Durante o evento, Dilma terá um encontro com o pontífice, que é chefe de Estado do Vaticano. O governo brasileiro assegurou à organização da jornada a segurança para a realização do evento diante da preocupação com a sequência de protestos que tem ocorrido por todo o país por diversas razões.

Conforme informou o Valor no início desta semana, a principal mensagem do papa Francisco para a Jornada Mundial da Juventude será pela ética, contra a corrupção e a pobreza e pela redução das desigualdades sociais.